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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Lolita: o descobrimento!

Lolita: o descobrimento!

Pois é... Conheço a moda Lolita já faz um tempo, mas de fato, aderi no início do ano passado. 
Penso que como quase todo mundo do lado de cá, conheci a moda através da música. Explicação: a primeira vez que ouvi falar sobre a moda Lolita foi quando conheci Versailles, estava lendo alguns blogs e me deparei com um post sobre inspiração musical em Lolita. Fiquei intrigada. Afinal, o que era isso? Comecei a pesquisar, mas para a época, não me interessei muito, ainda estava meio deprimida pela morte do meu avô... Então, apenas observava de longe... Porém, em 2011, eu comecei a me aproximar de novo do estilo, e agora, um pouco mais madura, sabia que era isso mesmo que queria...
Desde a morte de meu avô que tenho mudado meu estilo drasticamente. O pior é que foi, tipo, da noite para o dia... Emburrei com minhas roupas, comecei a ouvir música mais pesada. Na realidade, minha família nunca foi de ouvir funk, samba, pagode, essas coisas. Então, a aceitação apesar de difícil, foi mais rápida.
Mas o fato era: com onze anos já tinha ouvido tudo quanto é tipo de rock ocidental(leia-se tudo mesmo) e não mantinha um foco em alguns estilos, pelo contrário, gostava, mas não tinha capacidade de ficar ouvindo direto como alguns amigos meus. Viajei pelos mais variados estilos de vida, já fui (e ainda sou) roqueira, punk, tinha um apreço enorme pela subcultura gótica(não posso falar que já fui gótica, porque estarei ofendendo quem é, afinal, você não deixa de ser uma subcultura)... Então, em 2009, conheci o maravilhoso mundo do J-rock e Visual Kei... Foi como uma injeção de ânimo na minha vida. Tudo parecia estar indo maravilhosamente bem. Comecei a pesquisar mais, ouvia as músicas, me divertia mais. Aí eu pensei: encontrei meu lugar... Então, em 2011, para me completar, montei meu primeiro outfit lolita. E não, não foi de brand, porque o meu vestido dos sonhos não servia em mim, além do que, ainda estava e ainda estou crescendo(que vergonha falar isso)...
Quando me encontrei no estilo que queria, senti-me totalmente realizada. Descobri maravilhas que em um mundo denominado "comum" eu não descobriria nem em trocentas pesquisas e anos de experiência. Descobri que se eu quero ser eu mesma, sempre vou precisar me esquecer do mundo que há do lado de fora do meu recanto. Descobri que se eu quiser viver de bem comigo, terei de aprender a conviver com o preconceito de grande parte da população, que assume a ignorância como sistema vital. Descobri que mesmo sua família não gostando, você pode convencê-la de que  você se sente bem assim, mesmo que os outros achem estranho e até debochem. Descobri que persuasão é o mais conveniente em horas de sufoco enquanto utilizo minhas anáguas. Descobri como escapar de uma multidão insana em um festival onde todos bêbados tentam agarrar a boneca gordinha que fala. Descobri que segunda-mão pode ser uma boa pedida, além de incrementar seu guarda-roupas, é mais prático porque as peças já estão mais próximas(o frete é mais barato,xD) e querendo ou não é mais econômico também. E principalmente, descobri que ser quem você realmente é e quer ser, abre ainda mais a sua possibilidade de se dar bem na vida.
Descobri que ser 'sozinha', que não ter amizades que tenham o seu estilo de vida, usem roupas parecidas com as suas ou falem da mesma maneira que você, não é ser anti-social. Cada pessoa tem uma forma de pensar. Se eu fosse seguir a linha de pensamento da minha melhor amiga por exemplo, estaria dançando funk e pagode, morrendo de amores pelo Neymar, chorando com as músicas do Restart e por aí vai... Sabe por que nos damos bem? Ela aceita o jeito que eu sou e eu aceito o jeito que ela é... Não vou impor o meu modo de vida para ela, ela acompanha minha linha de raciocínio com muito humor e vivemos brincando uma com o estilo de vida da outra. Sinceramente? Eu tenho muito orgulho de tê-la como amiga, mas não fico andando como ela, não acompanho as mesmas escolhas dela. Para termos amigos, não precisamos ser como eles ou que eles sejam como nós. Não precisamos fazer amizades só porque a pessoa tem o mesmo jeito de falar, andar e se vestir como o seu. Fazemos amizades pelo caráter da pessoa, pela forma que ela te trata, pela forma que entende você e suas ladainhas, pela pessoa que é, e acima de tudo, pelo que ela faz você sentir.
E por último, descobri que a melhor forma de fazer os outros entenderem você sem brigar, sofrer ou chorar, é ser você mesmo! Sim, repito isso aqui embaixo, porque ser você mesmo, falar ao seu modo, agir da forma que bem entender e conviver com as pessoas ao mais 'natural' possível, é fazer os outros enxergarem que também merecemos respeito. Você vai fazer a pessoa entender, que só porque é diferente no seu estilo, não vai passar a ser extremamente entojado de acordo com a roupa... Aconteceu isso comigo. No início muitos ficaram mais afastados de mim por causa das minhas roupas. Mas os que eram amigos de verdade apenas aceitaram o fato que minhas roupas mudaram, mas eu continuei sendo a menina que eles conheceram; só mudei a embalagem, o conteúdo é o mesmo. =D

É isso, ficou meio confuso, mas os "descobrimentos" aqui relatados com certeza ficarão entranhados em mim como um órgão vital, reerguendo meu corpo toda vez que ele tropeçar, e forçando-me a seguir em frente. 
Bye, 
Panda

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