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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Eterna criança à moda antiga


Ainda sou nova, é fato dizer, estou indo para o terceiro ano agora, mas, já faz muito tempo que não sei exatamente o que é uma brincadeira de crianças... Sou apenas mais uma adolescente correndo contra o tempo para descobrir o que fazer da minha vida. Quando era pequena queria ser multifuncional, ao mesmo tempo que queria ser médica, queria trabalhar com moda e com livros... Mas agora? No último ano do ensino médio, a última etapa para a faculdade precisa ser vencida, e assim, sou obrigada cada vez mais a deixar minhas amadas brincadeiras de crianças fora do meu plano presente. 
Porém, ao mesmo tempo, dou graças aos céus que cresci... De uma forma desajeitada, mas cresci... Não posso dizer que aceito e apoio a ideia de viver como um adulto, trabalhar como um, e especialmente criar um para habitar esse corpo desajeito e gordo que possuo. A verdade é que muito triste fico. Imaginar o mundo cinza que um adulto normal tem, me deixa cada vez mais cabisbaixa. Pensar em largar meus brinquedos, meus desenhos animados, minhas corridas pelas fazendas dos parentes, e focar-me apenas em estudos, em trigonometria, biologia, história e geografia, literatura importante, vestibular e provas pesadas, faz meu corpo retesar ainda mais a ideia da idade passando rápido. 
Mas é como muitos dizem, o mundo sempre vai estar mudando, não importa o que você faça... Minha infância foi muito bem aproveitada, e minhas fases também... Minha mãe sempre disse que eu sou uma menina de fases, sou uma metamorfose ambulante, e eu prefiro assim... Brinquei muito, mas não brincar de ficar trancada em uma casa, apertando botõezinhos de manetes. Brinquei com outras crianças na rua, aprontei muito com minha família, assisti aos Teletubbies, Ursinhos Carinhosos, Hamtaro, Dragon Ball Z, Yu-Gi-Yo, Pokémon, e muitos outros desenhos e programas maravilhosos. 
Hoje, o mundo para as crianças está diferente, está perigoso, malvado. Elas não podem mais sair de casa porque correm riscos com tanta violência que o mundo tomou conhecimento. Essa é uma das razões pela qual não gostaria de ser criança dessa época. Criança não pode ficar trancafiada, faz mal para ela, tanto física como mentalmente.
Quero sim, continuar a ser criança, mas aquela criança da minha época, livre, onde as meninas brincavam de bonecas e jogavam bola com os meninos, e mesmo que o corpo e a responsabilidade ocupem o mundo adulto, quero levar a criança que ainda existe em mim para onde querem que eu participe. Sendo assim, talvez uma eterna criança que vive ao modo antigo, não permitiria que seu futuro adulto fosse cinza e sem-graça. Pelo contrário, seria um mundo colorido e animado, o que talvez torne essa vida de trabalho e responsabilidades absurdas mais suportável... 
Vou continuar com meus estudos, afinal, preciso seguir minha vida em frente, mas aquela menina de cabelos loiros e anelados, que brincava com seu aparelho de chá e assistia Hamtaro. Pois então, eu quero ser uma eterna criança que vive à moda antiga, uma verdadeira eterna criança. Porque com a felicidade que rege o coração infantil, conseguimos mais paciência e tranquilidade para agirmos de forma correta. Com a inocência de uma criança, o mundo nos parece ao mesmo tempo que mais tranquilos, mais cuidados  sobre a visão do mundo... 
Assim, essa eterna criança à moda antiga reza e luta para que seus objetivos sejam alcançados sem perder a esperança e a inocência da minha infância, e quem sabe se todos fizessem dessa forma, o mundo seria realmente mais suportável e agradável, sem violência e arrogância? 
É. É isso mesmo. Vou crescer. Vou me tornar um adulto. Mas um adulto alegre, que vive no mundo colorido de uma agradável infância. Vou ser meu próprio sustento e o sustento de meus descendentes. Mas também vou ser a companheira de brincadeiras deles. Vou envelhecer brevemente, mas minha idade vai ser esquecida ao passo que me lembra de minha própria criança. Afinal, para o mundo e para Deus, crianças são eternas e livres de pecado e cheias de inocência e sabedoria. E quando a morte vier me abraçar, irei com prazer, afinal, terei vivido com todas as minhas forças minha real pessoa, minha real afinidade para com o mundo. E mesmo quando for para o outro plano, irei totalmente feliz, porque não há nada que tenha capacidade de acabar com a felicidade de uma criança realizada...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Desabafos e (descargas) desencantos da consciência...

Depois de tanto tempo, senti falta de escrever no meu Querido Diário...


Com certeza na vida já levamos muitos nãos, muitos "foda-se", muitas palavras duras cuspidas em seu rosto, como se tais fossem modificar algo que você projeta há tanto tempo... Bem, muitas vezes, isso ocorre com muitas pessoas, elas se escondem, sofrem em silêncio, mudam seus comportamentos, e acabam infelizes, algumas ainda tentando levar consigo quem resiste para o buraco frio, obscuro, solitário...
Conheço pessoas que sofrem com isso, que têm gostos diferentes como eu, que gostam da forma como me visto,  mas têm medo de se destacarem entre a multidão maquinal que presenciamos, e acho que em várias cidades do Brasil e do mundo.
Por que as pessoas sentem esse medo? Por que é tão difícil para elas seguirem sua própria forma de vida sem que os outros imponham regras absurdas e rigorosas em sua maneira de enxergar o mundo?
Focando apenas em estilo, em roupas, lembro-me de alguns fatos que estudei a um tempo atrás, que em épocas monárquicas, as pessoas que eram  pegas vestidas com roupas mais bonitas que as da família real corriam risco de serem presas, mortas ou humilhadas em praça pública a mando de uma rainha ou rei invejosos... Mas e hoje? Não conquistamos nossa querida liberdade de expressão, nosso livre-arbítrio? Então temos o direito de nos vestir da maneira que quisermos, não? Errado; hoje as pessoas precisam se vestir de forma padronizada para não sofrer com o preconceito estereotipado de que tudo que é diferente é mal, é demoníaco, e tudo mais...
Se tal preconceito ficasse apenas em zombar ou se afastar, garanto que muitas pessoas ainda insistiriam em continuar usando as roupas que mais gostam... Porém, a humilhação chega a um ponto tão crítico que a força bruta é utilizada para intimidar as pessoas, para machucar não só a alma e o coração, já tão debilitados e doloridos de palavras cruéis, mas também o físico aparentemente "inabalável" de muitos...
Por qual motivo fazem isso? Isso realmente é uma pergunta muito difícil com muitas respostas, mas as prováveis são: "porque eles sentem inveja de sua coragem e sua capacidade de se destacar entre a multidão"  ou "eles realmente acreditam que ser diferente é ser demoníaco, é fazer um pacto com Lúcifer, etc..." e se apegam tanto a isso que esquecem o lado humano de ser, esquecem que gosto é igual a c*, cada um tem um e usa da forma que bem entender sem dar satisfações a ninguém...
E o que mais dói, de verdade, não é ser humilhado, e sim ver que as crianças estão seguindo o mesmo caminho dos mais velhos, "esculachando", humilhando também os colegas de escola, os amigos da rua quando eles não seguem os mesmo hábitos que os seus... Quando vocês, sociedade, vão parar de desgraçar a vida de todo mundo? Quando vão perceber que não podemos ser iguais, não podemos ser estereotipados, não podemos simplesmente virar um clone perfeitinho vindo de fábrica, onde você configura tudo o que quer que ele tenha! E o que eu mais fico impressionada é ver que isso é considerado normal, enquanto ser você mesmo é ser esquisito, é pedir para ser debochado, e etc...
Sinceramente, quando é que vamos poder viver da forma que bem entendemos? Vocês não precisam ter medo de nós, não somos animais, somos seres humanos, e apesar de usarmos roupas diferentes ou sermos diferentes, temos sentimentos, queremos fazer amizades verdadeiras, e queremos que as pessoas entendam que isso(corpo e roupas) é uma casca, se somos esquisitos, na realidade você também é esquisito... Tome cuidado para não acabar mais esquisito que nós, queridos clones perfeitinhos do mundo.
Com carinho,
Panda

quarta-feira, 25 de julho de 2012

De bonecas de porcelana a bonecas quebradas

Porra! Eu quero mais é que tudo se exploda!


Para fazer a explicação de hoje, vou utilizar uma personagem fictícia (ou não tão fictícia assim)
Ruas movimentadas, compras, trabalhos, passeios, pessoas andando apressadas de um lado para outro, carros, motos e pedestres competindo por espaço... E vindo lá devagar, simples, mas cheia de graça, uma princesa que desceu de sua magnifica torre para viver uma reles mortalidade destinada a todos... Sua tamanha graça, destreza para andar e coragem fazem as pessoas acompanharem com seus olhares a desenvoltura de tal bela pessoa.
Porém ela está sozinha, parece ser a única diferente em meio a dezenas de pessoas dentro de uma cidade pouco diversificada, e com isso acaba gerando uma coleção ainda maior de olhares e ofensas. E ela sente que cada vez mais vai se trancafiar em seu castelo cheio de babados, mimos e alegria mórbida... Mas ela sabe que isso a afetará ainda mais, quebrará a boneca impecável, sangrará, e as bandagens cada vez mais aparecerão em seu mundo...
Porém, como fazer para não abandonar sua vida e nem deixar os babados de lado? Muitos não conseguem por não saberem exatamente o que fazer... Por isso, aqui vão algumas dicas de minha autoria que podem ajudar no seu dia-a-dia...
• 1ª - (estive seriamente pensando em colocar essa dica aqui, porque quase todo mundo conhece, porém poucos a aplicam em seu dia-a-dia.) Se desligar: muitas vezes, as pessoas olham, riem, debocham, porque pensam que assim a diferença que exista entre ele e outro seja estupidamente igualada de forma que: "se o mais forte sobrevive, então EU serei o mais forte!". Muitas vezes o mais simples a fazer (ignorar) é o mais complicado, por isso recomendo que você literalmente se desligue em certos aspectos. Como assim? Bem, na maioria das vezes, quando tentamos ignorar tais comentários idiotas, não conseguimos por que temos que estar focadas, concentradas em ignorar, ou seja, não estamos ignorando, estamos apenas mudando o foco da importância e dos comentários.(Sinceramente, isso me dá uma dor de cabeça absurda) Um simples "piloto automático" pode resolver. Você sabe para onde vai? Se sim, deixe suas pernas te levarem; se não, tente decorar o caminho, e não preste atenção nas pessoas. Assim fica mais fácil(ou mais difícil) de não se sentir deslocada(o) enquanto não chega ao local que procura, por exemplo. 
• 2ª - Ser cínico ou inocente. - Funciona assim: se mesmo ignorando ou não ligando para o que as pessoas falam, alguns apelam para a humilhação pública... Quando alguém debochar de sua roupa, simplesmente sorria(todos falam isso). Um sorriso ajuda a superar uma mágoa e a pessoa percebe que não pode atingi-la com palavras tão baixas e sem nexo.
• 3ª e mais importante de todas - ser você mesma(o) - muitas pessoas também comentam não apenas sobre suas roupas, mas sobre suas atitudes. Tudo bem que a primeira impressão, o "primeiro choque" vem por parte das roupas, mas o que vai ajudar a situação também é o fato de que nos transformamos completamente quando usamos babados e anáguas. Quem já não viu pessoas que quando adotam um pseudônimo mudam completamente sua forma de agir? Pois é, isso acontece muito. Porém, em Lolita é algo um pouco mais complexo... Foi criado um estereótipo de que precisamos ser doces, delicadas, comportadas, não falar palavrões, enfim, não viver de acordo com o comportamento atual da sociedade, e ainda o caso de que Lolita bonita é aquela que tem o corpo esbelto, em forma, ou pelo menos aparenta menos peso. PORRA! Isso está totalmente errado! Se fosse assim eu não podia nem sonhar em chegar perto dessas roupas! Por que 1º: sou muito chata, mal-criada com quem me desrespeita, falo palavrão pra caralho. 2º: ser delicada não combina comigo, por que sou alta, então fico parecendo um robô com defeito,rs.(claro que sei a diferença entre ser delicada e me comportar com vestido, tipo não sentar com pernas abertas, não curvar o corpo e afins.) 3º: sou gorda! Sério, tenho 1,70 e mais de 80 quilos! Porém, faço todos os exames e não tem nada de errado comigo, então me deixa ser gorda,rs. (O mais difícil em ser gorda é achar roupas para você. Quase todas as brands mantêm uma forma pequena, focadas mais no biotipo oriental geral, que é baixo e magro...) Agora voltando ao assunto: muitas meninas assumem uma forma delicadinha e fofinha quando usam Lolita. E isso acaba gerando uma maneira errada de observar as adeptas ao estilo por ser tudo MUITO forçado. LOLITA É UMA ROUPA, UM ESTILO! Você não precisa modificar seus hábitos por causa disso! Você pode fazer o que quiser com as roupas(até assassinar alguém, mas aí se prepare para arcar com as consequências de usar mais as roupas)! AGORA, se você no dia-a-dia é delicada, parabéns, você merece meu devido respeito, porque nos tempos atuais é quase impossível ser meigo, delicado, educado sem receber o título de falso(a)... Ser você mesmo é fundamental para que tanto você quanto as pessoas percebam que Lolita é apenas uma roupa, e que pode se sentir bem sem transmutar sua personalidade por causa de uma saia, um vestido, ou um sapato... Além de ficar muito mais bonito, com um tempero especial todo seu, que nenhuma outra pessoa terá!
Se seguir essas dicas, é certo que não terá mais problemas quanto ao medo de vestir uma linda saia da AatP um sapato do Tao Bao, ou um vestido trabalhado da Moitié. Se sentir bem é o mais importante para que a princesa consiga sair de seu palácio, impecável, com o rosto brilhante e um sorriso contagiante... Podendo sim se parecer com uma boneca de porcelana, ou no meu caso, uma boneca quebrada cheia de bandagens... 

domingo, 17 de junho de 2012

Falsidade verdadeira? Ou verdade falsa?


Querido diário...
Como ser o que somos pode significar algo tão grandioso, se para nós não passa de verdadeira ilusão a face que vamos transpor frente ao espelho da vida? Você pode falar o que quiser: "eu sou sim verdadeiro, sempre fui verdadeiro em relação às pessoas..." Tudo bem, eu entendo isso, mas não estou me referindo a ser verdadeiro com as pessoas, e sim, com o próprio eu. "Mas para eu ser verdadeiro com as pessoas, tenho que ser verdadeiro com meu eu!" Nem sempre...
Muitas vezes, quando somos verdadeiros com as pessoas, apenas "vestimos uma máscara", como se fosse um complemento de suas roupas... Não uma posição nem uma opção da pessoa, apenas uma falsificação de um comportamento qualquer para agradar alguém... Algo muito comum que é um exemplo disso: você andando por um shopping, ou uma avenida comercial, observa uma vitrine repleta das mais variadas roupas, com os mais variados preços, e uma querida peça ao fundo, pequena mas com um enorme poder aquisitivo: a mais cara de todas. Aí você pensa "Credo! Que (bolsa, roupa, sapato) horroroso(a)! Não vale o preço que tem". E a verdade é que você vai esperar aquela peça, seja o que for, entrar em promoção ou queima de estoque e vai lá correndo para comprar e sair com um sorriso lindo e a sacola debaixo do braço.
Primeiro de tudo, você é a única pessoa que, acima de qualquer um, pode se esconder em uma máscara de ferro, e embaralhar suas próprias verdades... Ninguém vai saber a verdade verdadeira se você acreditar que a sua mentira é a verdade. Pode parecer confuso, mas imagine um assassino psicopata, por exemplo. Ele faz com que todas as suas mentiras passem por realidade, por que ele tem a capacidade de modificar sua mentira a tal ponto que até ele se envolver cada vez mais, como uma bola de neve que só vai aumentando... Ele começa a persuadir os outros de uma forma tão bem elaborada, que alguns passam a acreditar em sua própria mentira. Tudo o que ele faz é para algum bem, mesmo que esse "bem" exista apenas em sua cabeça... Ele não mede esforços, vai atrás do que quer pensando apenas nele, em suas próprias escolhas, seus próprios interesses, e se você estiver à sua frente, ele balança os prós e os contras de sua personalidade... Se for bom para ele, o mantém sempre por perto, e só será lembrado quando for conveniente.
Mas por que estou falando sobre isso agora? Bem... Estou percebendo que o mundo está ficando cada vez mais falso, por que de tantas mentiras que já contamos aos outros, tantas omissões fofocas que já fizemos, estamos nos tornando falsos e superficiais. Ninguém mais é capaz de parar e prestar atenção no que o outro está fazendo, estamos olhando apenas para nosso próprio umbigo enquanto nossas pernas se movimentam mecanicamente rumo às nossas covas, às valas da lepra para onde a confiança fora mandada, enxotada por nossas palavras e atitudes cobertas de vergonhosas desculpas.
Preste mais atenção ao que vai falar a uma pessoa e acima e antes de tudo, preste atenção em ser verdadeiro consigo, senão, de nada valerão suas palavras gastas em tempo pouco aproveitado... 

sábado, 12 de maio de 2012

Desabafo... E voltando à ativa

E mais uma vez escrevo em um diário eletrônico... Estão bravos comigo por que em todos os meus blogs demoro para postar algo, e sempre que posto é um pedido de desculpas... Mas, infelizmente não posso dizer que vou melhorar, acertar meus horários, pois é uma coisa quase impossível.
Estou passando apenas para dar uma atualizada... Estive estudando muito para as provas de recuperação (sempre a matemática) e aproveitando uma folguinha, cá estou escrevendo coisas sem sentido... Algo que sou mestre é escrever(merdas) e estou sempre pensando na possibilidade de escrever algo grandioso. Mas nunca consigo fazer algo decente.

Um desabafo

 Não sou uma menina muito comum, tenho preferências diferentes de muitas da minha idade. Não sou louca por jogadores de futebol, homens sarados com os músculos maiores que a inteligência; não fico exibindo meu corpo exageradamente gordo por aí, fujo de brigas, não  gosto de funk, axé e pagode, sou apaixonada por animes e mangás, sou louca por coisas sem noção, e justamente por isso, fico mais sozinha do que queria. 
 Amo internet, mas as escolhas que faço sempre me deixam mais afastada das pessoas. Quando entrei no ensino médio no ano passado, a escola para onde fui me ajudou bastante contra isso, fiz amizades inesquecíveis, criei um relacionamento amigável com muitas pessoas, mas mesmo assim, se eu andar com minhas saias rodadas, minhas blusas bufantes e meus acessórios mirabolantes, quase todo mundo vai me virar as costas e fingir quem nem me conhece... Mas não os culpo, a sociedade os criou assim, e assim se tornaram escravos da própria ignorância. às vezes dói imaginar meus amigos se afastarem de mim por causa do meu estilo, mas se eles se afastam é por que não são verdadeiros. É por isso que não arrumo um namorado. Aqui, quase ninguém aceita o que sou, alguns respeitam, outros, não. A maioria das pessoas que acham bonito, são crianças e pessoas mais velhas. 
 É legal ver o susto que as pessoas, geralmente meninas do tipo "sou rica e mimada, então me venerem!", levam comigo. Elas me olham com uma cara de nojo tão peçonhenta que se olhassem no espelho passariam mal o resto da semana! Eu não ligo de ser diferente, tenho estilos diferentes desde meus dez, onze anos, então não reclamo de ser insultada ou humilhada, afinal quem humilha é mais humilhado que a própria vítima.
 Não pense mal de mim, sou apenas uma garota que vive sozinha em sua bolha lolita. Como falei, tenho amizades, aceitam meu estilo numa boa, mas lolita penso que somente eu. Aqui, sou conhecida como louca, mas na internet, sou apenas a Kamii ou a Panda, dependendo do site, uma garota de quinze anos que apenas quer mostrar a sua verdadeira face. Fora do meu mundo, sou uma destruidora de vidas sociáveis, com medo de crescer,e na internet, sou apenas alguém que quer ser mais amigável. Na vida fora do meu mundo (escola) sou fechada e não gosto de andar com meninas, no meu mundo, sou alguém esperando a oportunidade certa para agir. 
 Será que é tão difícil assim tentar não apontar o dedo e estereotipar alguém como antissocial, rude, amarga, louca e o mundo de palavras antes de conhecê-lo(a) de verdade? Será que não se pode parar um pouco e pensar no que  estamos fazendo com a vida dela? Por que se você mora no interior, sabe do que estou falando, alguns chegam a ser maldosos! Não são todos, mas muitos fazem isso por inveja de nossa coragem e nossa capacidade. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quebrando tabus

Não faz muito tempo ouvi assuntos que já presencio a anos, desde quando comecei com visuais e estilos diferentes: "Não uso o estilo que gosto por que todos vão rir de mim" ou "acho muito interessante o estilo, mas não me enquadro no perfil dele" ou ainda "não posso usar isso, meus pais vão me colocar para fora de casa"... Já pode parar! Primeiro, se você acha que todos vão rir de você é por que se importa em ser igual a todo mundo. Se você tem um estilo, um gosto diferente, com certeza sabe que mesmo nos escondendo de olhares maldosos, seremos sempre observados pelos fofoqueiros de plantão, afinal fofoca é o  que infelizmente move essa sociedade.
Agora, analisando em partes:
• Quanto ao primeiro caso, o que posso dizer é: curta sua vida sem ligar para o que os outros dizem. Se você realmente tem vontade de se vestir de forma diferente, faça um teste; experimente combinar o seu estilo favorito de um jeito mais discreto e com coisas improváveis...  Desde criança tenho influências em casa para o rock internacional e o pop antigo. Com onze anos virei do avesso, comecei a me vestir como uma roqueira mirim,com doze me apresentaram as bandas japonesas, com treze passei a ouvir além de bandas japonesas, Lacrimosa, Marilyn Manson e Evanescence. Minha mãe nunca reclamou muito de eu ser assim, pelo contrário, ela falava que preferia ver sua filha ouvindo músicas pesadas que Funk.(uma dica: tenho muito quadril e muita coxa, minha mãe sempre teve medo que eu ficasse expondo muito por aí,rs)  Quando chegou o ano passado, conheci o estilo Lolita e desde então estabilizei um pouco. Aí você se pergunta: Panda, o que isso tem a ver? Elementar. Todos sabemos que existem alguns lugares em que não podemos nos vestir de acordo com nosso estilo por algum motivo, mas você quer se sentir parte do seu mundinho social que só aparece quando usa suas roupas e acessórios? Então pegue uma blusa ou mesmo seus acessórios mais básicos e combine com seu uniforme de trabalho ou de escola. E esse também é um bom começo para quem sente "vergonha" ou medo do que os outros irão falar. E lembre-se, mesmo se alguém debochar, mostre a eles que é superior e forte o bastante para ignorar uma inveja. Não vale a pena deixar de viver sua vida segundo suas vontades por causa das más línguas de pessoas ignorantes que não aceitam alguém diferente.
• Quanto ao segundo caso: não é que você não se enquadra no perfil do estilo, por que não é algo convencionado que todo mundo dentro do mesmo tenha que ser igual, afinal, se fizermos isso, vamos ser como as outras pessoas, com uma cultura em comum, com pensamento e modo de vida iguais. Ou seja, eles em nossa concepção é que serão 'diferentes' e não quem realmente se sente diferente e gosta disso. Não é você que tem que servir na roupa, é ela que veste você, você escolhe o que vai usar, e não a roupa que te escolhe. Afinal, estilo cada um tem um, alguns são parecidos, porém é a liberdade de escolha que faz a diferença.
• E quanto ao terceiro caso: é o mais fácil e ao mesmo tempo um pouco complicado. Porém, com uma boa conversa e mostrando aos seus pais exatamente o que é, como e quanto custa, mesmo que não aceitem, eles acabam acostumando com a ideia, só vai partir da sua parte ter um pouco mais de paciência e economizar mais para comprar com suas próprias mãos o que precisar. Quem sabe assim, eles vendo que você vai ter a responsabilidade para fazer algo mais sério?
Bom, então é isso, vou ficando por aqui, e olha, consegui ter força de vontade para escrever tão rápido assim! É uma ótima notícia! 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Querido diário...


Olá a todos, meu nome é Camila, mas pode me chamar de Panda ou Kamiih... Ainda sou estudante do ensino médio, estou no segundo ano, e sou iniciante no estilo Lolita. Moro em uma cidade de porte médio do interior de Minas Gerais, e apesar de seus noventa e seis mil habitantes aproximadamente, só ouvi falar de uma menina que estava pesquisando sobre a moda, e mesmo assim, nunca mais a vi... Tenho alguns poucos amigos(quase todos rapazes, não sou muito sociável com as meninas daqui) que também apreciam a cultura japonesa, mas mesmo assim, me sinto sozinha nessa bolha que acabou virando meu mundo... 
E é por isso que estou aqui, por isso que criei esse blog, para tentar esclarecer algumas coisas, narrar o dia a dia de alguém sozinho em seu mundo multicor no meio de multidão padronizada. E apesar do blog se chamar "Diário de uma lolita solitária", não me sinto mal quando uso minhas roupas, sinto que a minha realidade sobre a vida é diferente, e não depressiva ou estressada... E aqui vou dar algumas dicas de como não se repreender pelas más-línguas de quem não sabe e não tem a coragem de aceitar algo diferente, além de alguns poemas e crônicas de minha autoria... 
E então, fico por aqui por hoje, e mantenho contato através desse blog... 
Bye-bye.